O Sousense é o atual terceiro classificado da Série 2 do Campeonato Distrital Divisão de Elite Pro-nacional, mas não era apontado, à partida, como uma das equipas candidatas a andar nos lugares da frente. A temporada até nem começou muito bem para o emblema da foz do Sousa que, à quarta jornada, somava apenas dois pontos. “Paramos para avaliar o que estava a correr menos bem. Fizeram-se algumas mudanças estruturais e a partir dali a equipa engrenou e somamos uma série de resultados positivos. Acabamos a primeira volta no nosso melhor momento”, contou Sérgio Martins, treinador da equipa. O discernimento permitiu corrigir a trajetória e mudar o rumo de tal forma que da quarta ronda em diante, o Sousense só voltaria a perder contra o Gondomar SC B até à viragem para a segunda volta do campeonato, somando nove vitórias e dois empates.
Por esta altura, o Marco 09 lidera a Série 2 e o Aliados de Lordelo segue no segundo lugar, com oito pontos de vantagem sobre o Sousense, um fosso que deixa os dois emblemas da frente bem lançados para o apuramento para os play-off de subida. Mas o que já ninguém tira ao Sousense é o rótulo de uma das equipas sensação desta competição. “Podemos ser considerados como tal. Marco e Aliados eram tidos, logo à partida, como os mais fortes candidatos. Depois, pela componente histórica, o Freamunde era outro candidato, até pelo excelente plantel que tem. Além disso, temos o Vilarinho, que esteve na fase de apuramento na época passada. O Vila Caiz teve a grande vantagem de ter conseguido manter grande parte da equipa que conquistou a Taça da AF Porto, na época passada. Mas, curiosamente, do Sousense, pouco se tem ouvido falar. Ninguém nos colocava neste patamar, portanto aceito que nos chamem equipa-sensação”, comentou o treinador.
Mas esta temporada ainda pode vir a servir para o futuro, porque a subida é um objetivo e pode ser uma questão adiada, “apenas”, porque Sérgio Martins revelou planos para tal: “O Sousense chegou a estar no Campeonato de Portugal no passado e tem a expectativa de voltar a esse patamar. Este ano o objetivo era fazer o top 5, começamos mal o campeonato, mas estamos a conseguir estar dentro dos objetivos, mesmo assim. Mas o objetivo será manter a base deste plantel na próxima época e procurar alguns jogadores que nos permitam continuar a crescer e a evoluir, no futuro. Neste primeiro contacto estamos a conseguir atingir os objetivos, mas acredito que seremos capazes de uma disputa ainda mais consistente pelos lugares da frente na próxima temporada”.
“Maldição” dos centrais tem limitado
Na transição da primeira para a segunda volta do campeonato, o Sousense viu-se afetado por uma onda de lesões que ainda não largou o plantel e o eixo da defesa tem sido mesmo o setor mais fustigado. “Chegamos a ter jogos sem qualquer um dos cinco centrais que temos no plantel disponível. Tem sido uma constante e em diversos jogos, até os jogadores que adaptamos na posição acabaram por se lesionar. Teve um impacto muito grande e difícil de gerir, atualmente ainda temos três centrais lesionados”, apontou Sérgio Martins. “Sem estas lesões talvez estivéssemos um pouco mais acima, ou pelo menos talvez tivéssemos mais alguns pontos que nos permitissem dar mais luta no acesso ao play-off. Mas temos tido jogadores que deram muito boa resposta, mesmo adaptados. O que me leva a lembrar o compromisso que exigimos dos jogadores desde o início, quando fizemos as nossas opções para formar esta equipa, e que agora se tem revelado importante”, sublinhou.
Mas quando volta a pensar no campeonato e na classificação atual, Sérgio Martins não contém um comentário realista, apesar de tudo. “É difícil chegar aos play-off. Mas enquanto for possível matematicamente, vamos continuar a trabalhar e tentar fazer o máximo de pontos. Temos noção que face à regularidade do Aliados, segundo classificado, não será fácil vê-los perder oito pontos. Temos de ser realistas, mas vamos tentar ganhar os nossos jogos e ver o que pode dar. A única certeza que temos é que se vencermos os nossos jogos até ao final ficaremos em terceiro lugar. Mais do que isto não conseguimos, porque perdemos pontos lá atrás”, lamentou.