O professor Neca tem pela frente o enorme desafio de conduzir a seleção da Associação de Futebol do Porto à Taça Europeia das Regiões, mas terá de fazer história para marcar presença na Polónia, em junho. Pelo caminho, a equipa verde e branca terá de começar por ultrapassar a primeira fase que decorre em Viana do Castelo, nos próximos dias 28, 29 e 30 deste mês.
Inserida num grupo onde se contam as seleções das associações de futebol de Braga, Viseu e Viana do Castelo – organizadora desta fase –, a equipa da Associação de Futebol do Porto tem pela frente o desafio de tentar ultrapassar pela primeira vez esta primeira fase da competição, antes de poder pensar em estar em Santarém, em março, para lutar pelo bilhete para a Polónia, o que diz muito sobre os vários desafios que o selecionador tem pela frente.
“A seleção da Associação de Futebol do Porto nunca se apurou para uma fase final, mas este ano vai tentar chegar lá. Pelo menos, sonhamos com essa possibilidade. Temos bons clubes, cada vez mais bem organizados pelos seus dirigentes, e também há bons jogadores. Vamos tentar que todos trabalhem bem para poder mostrar-se e para que possam, com isso, chegar a patamares mais altos”, apontou o selecionador, que conta na equipa técnica Ricardo Costa, antigo jogador do Boavista e do FC Porto, e César Pereira, treinador de guarda-redes.
Nas últimas semanas têm sido vários os jogos de treino frente a equipas da Associação de Futebol do Porto para continuar a afinar pormenores, tendo em conta os três jogos que se aproximam e que se vão disputar nos Arcos de Valdevez e em Ponte da Barca. “Temos vindo a trabalhar dentro do possível, procurando otimizar os recursos dos diferentes clubes para nos indicarem os seus melhores jogadores. Conseguirmos o apuramento é do interesse de todos e temos noção que era algo que traria prestígio à Associação de Futebol do Porto
Atualmente, o grupo de trabalho foi sendo reduzido, com atletas filtrados a partir de critérios pré-determinados. Nenhum dos selecionados pode ter sido profissional na carreira, ou ter jogado no Campeonato de Portugal, por exemplo.
“O contexto é muito alargado e neste universo temos jogadores de qualidade que não vêm. Vamos observando aquilo que é possível, mas o critério de justiça é sempre difícil, torna-se um pouco subjetivo, mas é o nosso trabalho”, comentou.
Mas isso está longe de condicionar a qualidade que o selecionador garante ter no grupo. “Respeitamos muito estes jogadores e vamos dar-lhes a oportunidade de prosseguir o sonho de se tornarem profissionais, porque têm qualidade para isso”, acrescentou. Ultrapassar as sucessivas fases de apuramento, até chegar à Polónia, pode proporcionar o palco ideal para alguns tentarem revelar-se ao Mundo.
“Os jogadores têm sido de uma disponibilidade fantástica em tempos de pandemia, com dificuldades muito grandes. Alguns trabalham todo o dia, uns quantos em trabalhos pesados, mas vêm sempre treinar com a mesma disponibilidade para alimentar o sonho”, partilhou. “Pela minha parte, quero ser mais um a ajudar a alimentar o sonho destes jovens jogadores, porque também passei por isto há 40 anos”, reforçou ainda o selecionador.
Para já o foco está na primeira fase de apuramento, sempre numa estreita colaboração com os clubes filiados, de modo a tentar aproveitar os jogadores ilegíveis da melhor forma. “São as dificuldades que nos fazem melhores treinadores, percebemos o trabalho fantástico que se faz nestes clubes, mas o difícil é ser treinador destes clubes, não dos clubes da I Liga”, garante quem por lá já passou. “Aqui estamos na base do iceberg do futebol, a base de sustentação do futebol português e só a entende quem por aqui passa”, juntou ainda.