Pelo segundo ano consecutivo a AD Penafiel deu um passo em frente e continua a contruir a sua história no futsal do distrito do Porto. A equipa subiu duas vezes de divisão (I Divisão em 21/22, Honra 22/23), alcançando agora a Divisão de Elite de Futsal. Pelo meio, ainda houve tempo para vencer uma Taça AF Porto.
E um dos grandes responsáveis por este sucesso é Ivo Pereira, treinador da equipa, que explicou algumas das razões que levaram este emblema a alcançar o actual patamar. “Primeiro, penso que temos qualidade e trabalhamos muito. Estava à espera de uma primeira fase do campeonato mais competitiva. A fase final sim, foi mais exigente, mas também nos correu tudo bem”, reconheceu o treinador.
Mas subir à Divisão de Elite não foi tão fácil como parece. “Chegamos a estar a dez pontos de distância do segundo classificado e qualquer equipa teria atirado a toalha ao chão, mas continuamos a batalhar”, explicou.
A temporada foi decorrendo e a AD Penafiel nunca deixou de olhar para cima. “A nossa grande vantagem para os outros clubes foi a união, mesmo com dez pontos de distância continuamos com bom ambiente no balneário e uma boa dinâmica dentro do grupo e isso foi fundamental. Até porque os jogos que perdemos, à exceção de um jogo em que estivemos francamente mal, perdemos, não por falta de qualidade, mas porque foram jogos disputados”, acrescentou.
Na frente, o Caxinas "B" distanciou-se rapidamente. Mas o segundo lugar do Modelos estava ao alcance. “A certa altura, beneficiámos com a perda de pontos do Modelos contra o penúltimo e começámos a acreditar que era possível chegar lá acima e trabalhamos ainda mais”, insistiu Ivo Pereira.
Ainda que sem a pressão de subir, garante o treinador, foi fundamental lançar um repto aos jogadores da AD Penafiel. “O objetivo era apenas fazer melhor do que no ano anterior na I Distrital. Chegámos a um ponto em que nos questionámos. Atirámos o dilema para o balneário, ou seja, na época anterior tínhamos ficado em terceiro, mas esta época tínhamos de procurar ficar acima para fazer melhor”, revelou.
A mensagem passou e a equipa ganhou ainda mais consistência, a conseguir uma série de bons resultados que o fizeram ir para a parte superior da tabela. “Fizemos por isso e terminamos em segundo lugar. Queríamos chegar lá acima, mas também tínhamos a noção de que é um processo que demora. Mas quando chegámos lá queremos manter-nos. Queremos fazer as coisas de uma forma sustentável para chegarmos onde queremos e ficar”, argumentou ainda.
Esta época, recorde-se, com a subida do Cem Paus à III Divisão Nacional, o emblema penafidelense beneficiou da promoção, porque Sangemil e Ordem desceram à Elite e para o campeonato ficar com 14 equipas era necessário promover o segundo classificado (AD Penafiel) da Divisão de Honra. “Agora vamos tentar fazer o melhor possível, num campeonato novo para nós. Temos dois jogadores que conhecem a Elite, mas é quase tudo novo. Vamos encarar da mesma maneira, tentando fazer o melhor possível. A Elite tem equipas no campeonato há já algum tempo, o Sangemil e o Ordem prometem criar um campeonato muito mais disputado”, comentou Ivo Pereira.
Em relação à AD Penafiel, a subida foi um prémio, mas o clube começa a dar nas vistas: “Ao nível da formação, esta época, tivemos uma atleta, a Mariana Sousa, que se tornou internacional, fez dois jogos amigáveis pela Seleção Nacional. Costuma treinar com os rapazes. Temos outros atletas da formação que foram reforçar outras equipas. Mas quem acompanha o futsal, percebe que dentro de campo somos uma equipa que dá o seu melhor e que fora dele nos damos bem com toda a gente. É esse o nosso espírito, melhorar, evoluir e criar amizades, bons momentos e com isso acho que temos também cada vez mais adeptos que nos seguem, o que é importante”.
