A final-four da Taça de Futsal, que se joga em Paredes no fim de semana de 7 e 8 de maio, vai concentrar todas as atenções, porque as quatro equipas envolvidas – AD Penafiel, CD Aves 1930, GD Cem Paus e Leça FC – prometem muito espetáculo.
Para começar a tomar a temperatura de um ambiente que se anuncia quente, fomos conversar com os treinadores dos quatro finalistas e todos concordaram que terão de ultrapassar vários desafios antes de pôr as mãos na desejada Taça.
“Defrontar equipas de divisões acima dá mais entusiasmo. Já eliminamos equipas da Elite, como o Meinedo, e certamente que faremos o nosso melhor para chegar à final”, prometeu desde logo Ivo Pereira, treinador da AD Penafiel. Nas meias-finais, o emblema penafidelense defronta o GD Cem Paus, um duelo encarado com muita cautela pelo treinador Ricardo Santos. “Conheço bem alguns jogadores da AD Penafiel e sei bem do valor que têm, alguns estão habitados a patamares Nacionais. Portanto, vamos ter dificuldades, porque eles têm valores individuais com capacidade para isso, mas nós também temos os nossos argumentos e certamente que também lhes vamos fazer a vida difícil”.
Equilíbrio é uma palavra que se repete nos diferentes discursos dos treinadores ouvidos. “Estamos com grande expectativa, porque temos a possibilidade de conquistar o nosso primeiro troféu no futsal. Mas temos de pensar que o Aves tem muito mais valor do que as outras equipas do mesmo escalão. Já eliminaram três equipas da Elite nesta competição e nós vamos fazer tudo para não sermos quarta”, apontou Tiago Miranda, treinador do Leça FC, consciente que o facto do CD Aves 1930 ser de um escalão inferior não os tem impedido de se afirmar como a equipa-sensação desta edição.
Aliás, o próprio treinador do emblema avense reconhece isso. “É verdade, o Aves será mais uma equipa-sensação, nesta altura, do que uma surpresa, até porque nas eliminatórias em que estivemos – com todo o respeito pelos nossos adversários – sentimos os jogos equilibrados, mas em vários momentos até estivemos por cima”, frisou Francisco Martins.
Falar em equipas de diferentes escalões em luta nesta competição e da inferioridade de uns em relação aos outros não é um fator levado em conta nesta fase da Taça e até pode ser perigoso entrar com essa ideia em mente. “Não podemos levantar o pé, mesmo contra um adversário que se encontre duas divisões abaixo. Está visto que para quem facilitar pode ser a morte do artista. Nenhuma das duas equipas da Elite pode facilitar, se isso acontecer, sujeitam-se a ser arrumadas”, vincou Ricardo Santos, treinador do GD Cem Paus, em jeito de aviso para quem se atrever a pensar que o jogo mais importante será o da final.
No entanto, do lado do CD Aves 1930 também há a noção de uma realidade mais vantajosa para quem é da Elite e está habitualmente mais exposto a um ritmo mais elevado e a uma maior exigência competitiva. “Haverá uma vantagem do Leça e do Cem Paus porque chegam aqui depois de terem estado inseridos num contexto muito competitivo, com um ritmo mais elevado. Fizeram campeonatos muito interessantes e a competitividade que têm tido semanalmente pode trazer uma certa experiência que nós não teremos e que poderá ser determinante”, justificou Francisco Martins.
Mas por outro lado, há mais fatores a ter em conta, que poderão ajudar a fazer a diferença. “As bolas paradas podem ser decisivas em jogos muito equilibrados. Além disso, penso que o facto de o vencedor representar a AF Porto na Taça de Portugal, na próxima temporada, terá o seu peso na cabeça dos jogadores”, acrescentou Ivo Pereira, da AD Penafiel. Haverá que ter ainda em conta o facto de os jogos serem cronometrados, o que só acontece regularmente na Elite. “O relógio favorece as equipas que jogam com cronómetro e estão habitadas a isso. Mas a verdade é que até aqui também nos tinha favorecido o tempo o corrido”, reconheceu o treinador do CD Aves 1930. Entre os fatores que poderão revelar-se decisivos, Francisco Martins apontou ainda, “a condição física para as equipas que se apurarem para a final e a consistência emocional”.
Precisamente, o fator emocional promete com as influências que o apoio da bancada vai trazer e aqui todos concordam que o CD Aves 1930 levará vantagem. “É certo que contra o Aves vamos jogar como se fosse fora de casa, porque levam muitos adeptos. Teremos de saber ultrapassar esse ambiente, porque a concentração será importante para termos sucesso na competição”, comentou Tiago Miranda, treinador do Leça FC. “É verdade que o ambiente que levamos atrás de nós é forte. O Aves já tirou muitos benefícios disso. Não podemos deixar que a influência do apoio nos desconcentre. Mas olhar para uma bancada e ter tanta gente a apoiar é um fator determinante quando a equipa se sente mais cansada ou tem dificuldade em sair com bola. Dá sempre uma força extra e parece-me que será determinante, principalmente, se chegarmos à final”, reconheceu Francisco Martins.
A Final Four da Taça de Futsal da Associação de Futebol do Porto começa dia 7 maio com as meias-finais que colocam frente a frente CD Aves 1930 – Leça FC (15h00) e GD Cem Paus – AD Penafiel (18h00). Os vencedores dos dois encontros defrontam-se na final (16h00) no dia seguinte (8 de maio) para ver quem leva o “caneco” para casa.