O agrupamento de escolas D. Afonso Sanches e a Escola Profissional de Vila do Conde vão incluir, já neste ano letivo, formação para os árbitros no seu plano curricular. Esta ideia inovadora da Associação de Futebol do Porto (AFP) ficou formalizada esta sexta-feira, ao final da tarde, com a assinatura do protocolo com os responsáveis dos dois estabelecimentos de ensino. Com esta iniciativa, a AFP pretende mitigar a carência de árbitros de futebol e conta com o Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para formar novos árbitros nas duas escolas. A ideia da AFP foi acolhida de forma tão positiva pela FPF, que será alargada a nível nacional.
“A Associação de Futebol do Porto organiza mais de 1200 jogos por semana e tendo mil árbitros, não tem árbitros para todos os seus jogos, pelo que temos de lançar mãos à obra para angariar e, mais difícil, reter esse árbitros. Para isso nada melhor que as escolas profissionais. Com este protocolo com as escolas profissionais, vamos poder incluir o curso de arbitragem na cadeira de desporto. Os alunos que saírem da escola profissional trazem o curso de arbitragem e, à partida, terão emprego garantido, dada a carência que existe neste momento, a nível nacional”, explicou José Neves.
Na cerimónia, que decorreu no auditório da AFP, marcaram presença os intervenientes decisivos nesta iniciativa inovadora. José Neves, presidente da Associação de Futebol do Porto, acolheu Paulo Costa, vice-presidente do conselho de arbitragem da FPF, Luciano Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), Carlos Carvalho, presidente do conselho de arbitragem da Associação de Futebol do Porto, Francisco Pimenta, diretor da Escola D. Afonso Sanches, Ricardo Santos, presidente da escola profissional Vila do Conde, João Gonçalves, diretor-geral dos estabelecimentos escolares (DGEST), para além de várias outras personalidades, como Helena Pires, diretora executiva da Liga Portugal.
“Não há futuro sem perspetiva de sucesso e os jovens que entram no curso de desporto têm agora uma perspetiva de sucesso, que vai permitir formação em contexto de arbitragem com árbitros de futebol. Este é um passo determinante e temos de agradecer a aposta de José Neves na nossa escola. Estamos muito envolvidos e motivados e dar este tipo de capacitações é uma oportunidade para suprir a falta de árbitros”, declarou Ricardo Santos.
Neste projeto, João Gonçalves, diretor-geral dos estabelecimentos escolares (DGEST), destacou o papel de “Luís Lobo, que nos ajudou a criar e esta oportunidade”. Paulo Costa, vice-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, congratulou-se com esta ideia inovadora. “Estamos a trabalhar a favor do futebol e da arbitragem, mas também em termos sociais, na formação, conhecimento e para uma via de saída profissional, com a nuance que muitas vezes faz a diferença, porque podem praticar desporto e usufruir de algum rendimento, o que é importante”, comentou, na sua intervenção.
Por último, Francisco Pimenta, diretor da Escola D. Afonso Sanches, insistiu numa nova via profissional, “que pode ser um verdadeiro virar de página”. Para Luciano Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, “a arbitragem pode vir a ganha muito com este protocolo e os alunos com a partilha de valores”, sublinhou.