O primeiro apito do resto da tua vida


Já imaginou como seria se no seu primeiro dia de trabalho tivesse a sorte de ser acompanhado por um dos melhores, ou por alguém que considera uma verdadeira referência a desempenhar a sua função? É verdade, poucos podem ter essa sorte, mas foi o que aconteceu no passado fim de semana com Carlos Santos, árbitro estagiário recém-formado na AF Porto, que teve a sorte de ser “apadrinhado” no seu primeiro jogo oficial por Rúben Santos, árbitro de categoria C1 e internacional, tido como um dos melhores do mundo no que respeita a fazer cumprir a lei dentro de uma quadra de futsal.

Em articulação com o Conselho de Arbitragem, a AF Porto acompanhou este dia sempre especial na carreira de um árbitro – afinal, certamente todos recordam a primeira vez que entraram em campo para arbitrar um jogo e temos a certeza que o jovem juiz Carlos Santos jamais se voltará a esquecer onde e com quem esteve naquele sábado chuvoso do dia 15 de maio de 2021.

O palco deste momento especial foi o Pavilhão Municipal da Senhora da Hora, que recebeu a partida de Juniores D (infantis) entre o Leixões Sport Clube e o Atlético Desportivo Polonenses.

Retratos de um dia “inesquecível”

 

“Inesquecível”. Foi desta forma que Carlos Santos qualificou a sua primeira experiência como árbitro de futsal. Dois dias depois do “Dia D” recorda um nervosismo inicial que não passou até à conversa que se alongou até muito perto dos instantes inicias da partida com o seu mentor. Confessou-nos uma primeira parte com alguns ajustes a fazer e nova conversa ao intervalo, para uma segunda vaga de dicas e conselhos que resultaram num segundo tempo em que diz ter-se sentido “muito melhor e mais confiante”.

Do outro lado, um árbitro internacional de categoria C1 que por breves instantes voltou às suas origens, nos pavilhões do distrito do Porto. Curiosamente, também ele nos confessou que lhe veio à cabeça o primeiro dia em que pegou no apito e, que curiosamente, aquele nervoso miudinho voltou a aparecer: “A essência do futsal e a essência do desporto em geral está nos mais jovens e isso leva-nos para um nível de pureza fascinante. Foi, também para mim, um prazer enorme”, disse Rúben Santos.

“Nunca desistir”

 

Fala quem sabe e quem, não há muito tempo, começou o seu percurso na arbitragem, o mesmo caminho que hoje Carlos Santos e muitas dezenas de árbitros que a AF Porto acabou de formar no passado mês de janeiro e que devido á pandemia viram adiadas as suas estreias oficiais. Este e muitos outros constrangimentos e dificuldades irão sempre aparecer no caminho dos que pretendem seguir em frente e chegar mais alto, alerta Rúben Santos.

O conselho? “Nunca desistir e continuar a lutar, pois aos poucos vão perceber que a arbitragem é bonita e dá mesmo muito prazer. Infelizmente a cultura desportiva e a sociedade têm o árbitro sempre do lado mau, mas a verdade é que nós fazemos parte do espetáculo e também nós temos que trabalhar para sermos cada vez melhores”, lembra.

Uma lição que parece ter sida bem acolhida por Carlos Santos logo na primeira aula, pois o jovem juiz mostrou-se bem consciente do caminho que tem pela frente e da melhor forma de o fazer: “Vim para árbitro pela experiência e para já o objetivo é mesmo aproveitar este momento. Depois, estando aqui, o céu é o limite, mas o pensamento está em aproveitar e ir passo a passo. Sei que o caminho é longo, as dificuldades vão aparecer, mas quero mesmo chegar o mais longe possível”, concluiu.